LEITURA DRAMÁTICA NA BIBLIOTECA DA UNESP
dia 19 de junho, terça-feira, às 17 horas: leitura de
Show Opinião, de Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho
e Paulo Pontes
Local: hall da biblioteca do câmpus 1 da UNESP de Marília
Av. Hygino Muzzi Filho, 737
– fones 3402.1334/1335
Com o apoio do departamento de Filosofia e do
programa de pós-graduação em Filosofia, a biblioteca da Faculdade de Filosofia
e Ciências, câmpus de Marília da UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, promove, durante todo o ano de 2012, um ciclo de Leituras
Dramáticas.
O ciclo consiste em leituras abertas de peças
teatrais brasileiras, realizadas mensalmente no hall da biblioteca, às
17:00.
Tem como finalidade divulgar, junto à comunidade
acadêmica e ao público em geral, textos de teatro que, na segunda metade do
século XX, buscaram pensar a política e a economia brasileiras em correlação
com movimentos de esquerda de âmbito mundial.
As leituras são realizadas por alunos dos cursos de
Filosofia, Pedagogia, Fonoaudiologia, Relações Internacionais e funcionários da
administração desta unidade, sob supervisão da profª drª Ana Portich, do
departamento de Filosofia da UNESP.
Ficha
Técnica
Elenco
Aline
Oliveira
Amanda
Mendes
Deise
Giovanini
Leandro
Custódio
Luís
Paulo
Milena
Fraga
Renata
Piovan
Toninho
Oliveira
|
Direção das leituras
Ana Portich
Participação da Orquestra
Unespiana de Transgressões (OUT), sob direção de
Lúcio Lourenço Prado
|
Show Opinião, de Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho
e Paulo Pontes
Após o golpe militar de abril de 1964, o teatro político no
Brasil sofre um violento revés. Dramaturgos como Augusto Boal e Oduvaldo Vianna
Filho, que haviam introduzido nos palcos brasileiros a questão do operariado
associada às contradições do capitalismo, são duramente reprimidos e obrigados
a tratar de política de modo apenas alusivo.
É neste momento que surgem espetáculos de protesto como o Show
Opinião, que estreia no Rio de Janeiro em dezembro de 1964, sob direção de
Boal. O roteiro foi elaborado em conjunto com os intérpretes das 20 e tantas
músicas incluídas no show: Nara Leão (posteriormente substituída por Maria
Betânia), Zé Kéti e João das Neves. Suas falas constituem depoimentos sobre a
condição de cada um desses cantores, expondo um panorama da produção artística
no Brasil e a necessidade de incorporar a arte popular ao mercado.
Nesse sentido, o nacional-popular
representaria um foco de resistência à ditadura militar. Entretanto, no Show
Opinião a assimilação do nacional-popular à indústria cultural não é
questionada, nem o sistema político-econômico que a embasa – o capitalismo.
Paradoxalmente, este foi o modelo de teatro político que ficou para a
posteridade, deixando à sombra o socialismo até 1964 defendido de modo tão
conseqüente por autores como Gianfrancesco Guarnieri, como o próprio Vianinha e
Augusto Boal.
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